domingo, 17 de fevereiro de 2013

Mangue Negro no Japão


Oi Gente

Uau... É muita emoção! Mal conseguimos digerir o fim das gravações de Mar Negro e recebemos a notícia – que desejávamos há bastante tempo: Mangue Negro (2008) chegou ao Japão! Olha que lindeza de pôster!

Cartaz oficial  de Mangue Negro no Japão

Claro que ninguém ignora o percurso de downloads que Mangue fez mundo à fora (o filme já foi legendado até em mandarim!), mas a entrada, legalizada, do terror nacional no país do Sol Nascente... É muita emoção!

E entrada triunfal: pois que, o primeiro filme de Rodrigo Aragão – coincidência (?), também seja, o primeiro filme de zumbis brasileiro aportando, oficialmente, do outro lado do planeta. Que honra para nós!

No mês passado publicamos o cartaz oficial de A Noite do Chupacabras no Japão

Bem... Caro Leitor, nunca menti (sobre este assunto!), minha relação com o dito cujo é pública:

Declaro (outra vez), por motivos óbvios e, no entanto, justos, que Mangue Negro é o meu primeiro amor! Confesso ainda – tal sentimento pode às vezes embriagar-me os sentidos, turvando-me o senso de modéstia! Por favor, compreendam a situação!!!

Porém, aos incrédulos, basta uma rápida pesquisa (web, livros, teses, reportagens, depoimentos) para se confirmar que: Mangue Negro é um marco. Com traços tipicamente brasileiros (regionalista) e o estilo do Diretor (inconfundivelmente é um filme de Rodrigo Aragão).

zumbis emergindo do manguezal...

Rodrigo Aragão desbravando o mangue
Mesmo a baixa resolução, por conta dos recursos financeiros e tecnológicos, é tolerado em reconhecimento à obra de arte. Legítimo filme de zumbi. Mangue Negro se projeta cada vez mais puro. Especialmente nos dias de hoje, quando encontramos mortos-vivos para todos os gostos: futurista, atlético, resultado de manipulação genética, inteligente, ágil e demais influências da Moda. E Ele passou ileso, tornando-se um clássico.

Carrega no currículo pra além de trinta participações em mostras e festivais (nacionais e internacionais) de médio e grande porte; objeto de estudo nas faculdades; aqui no Espírito Santo, foi indicado para o Eném em 2010; entrou em cartaz, como “filme cult” na TV paga de maior credibilidade do cinema nacional, Canal Brasil. Sem contar os prêmios, menções e homenagens que recebemos.

Aqui no Brasil...

Na Alemanhã
E os frutos jamais se esgotaram nos cinco anos desde o lançamento. Quando a gente se envolve com outros trabalhos e se distrai Dele um pouco, alguma coisa misteriosa acontece e Mangue ressurge mais forte. Mais visceral. Mais MangueNegro do que nunca. Quando escutei Luiz dizer, “Raquel, tem uma coisa que preciso te falar...”, só que, em alemão: estremeci.

Algumas vezes, abrimos o e-mail e topamos com jovens iniciantes de vários cantos do Brasil, que se sentem motivados não somente pelo filme em si, mas também, pelo contexto em que se realizou. Ou ainda – cineclubes, escolas, eventos, comunidades, botecos, novos amigos, que clamam por Mangue, “Sr. Diretor, deixa a gente passar o seu filme aqui?!”.

Aqui, lá ou em qualquer lugar!

Pode ser na praça, na sala de cinema, no Japão, ou na sua casa, as pessoas sempre se emocionam com zumbis emergindo do manguezal. O filme transita entre o público sem nenhum tipo de preconceito (intelectuais, adolescentes, fãs de zumbi, ricos, leigos, estudantes, realizadores, pobres, estrangeiros, indígenas – no CineTerror/2012 recebemos a visita de um jovem índio Guarani que se rendeu aos encantos). Basta ser um espectador.

O Mangue é maior que a baixa resolução!

Na literatura sobre o tema (zumbi), entrou para o grupo dos melhores. E é justamente com o passar dos anos que Ele vai ganhando poder. Recebemos uma proposta, bem indecorosa, de uma distribuidora dos EUA que queria ter os direitos sobre o filme até no satélite da Terra por 20 anos (assustador. Guardamos a cópia do contrato). Aonde nos levará Mangue Negro daqui há 20 longos anos?!

Enquanto isso...

Rodrigo sacrificou o carnaval, enfurnado no escritório editando Mar Negro. Mas tudo bem... Porque as escolhas que fazemos hoje, trazem os resultados a médio e longo prazo. Pois se trata do trabalho de uma vida inteira.

Arte de Ricardo Araújo

Muito obrigada pelo carinho de todos e até semana que vem!
Kika 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O filme é o mais importante


Oi gente
Voltamos! E agora, mais fortes.
Iniciamos a semana com a matéria muito bem contextualizada pelo jornalista Rodrigo Fonseca, jornal O Globo – que projetou para o país inteiro o potencial do terror realizado na aldeia de pescadores, Perocão/ES. Muito obrigada pelo espaço concedido à produção de baixo orçamento.

Zumbis... Eles estão por toda parte

E não para de chegar mais zumbis...
  
E antes de iniciarmos a odisséia sobre a derradeira experiência no set de Mar Negro, a minha colega de trabalho, Produtora competente, Atriz talentosa e Esposa dedicada – Mayra Alarcón, pediu-me a palavra:
_ Tomo um pouco deste espaço para falar do Mar Negro,  dele para mim...
Este filme foi dolorido, doloroso, e dor...mente??? Não, tudo menos isso, Foi um processo duro... Parecendo um parto mesmo... Em seis blocos de filmagens, em um ano de trabalho chorei, esperneei, gritei, fiquei doente de saúde e de estresse... Mas também ri, dancei e realizei, mais uma vez, o meu sonho de menina. Atuei e produzi... e tenho certeza, hoje sou melhor do que há 12 meses atrás!
Difícil saber se o filho é realmente lindo.  Eu acho que é...
É um filho teimoso, às vezes até mal educado... Mas é lindo e carinhoso na hora certa...
O Mar Negro trouxe novos amigos, novas parcerias, novas expectativas laborais, profissionais, passionais. O filme ensinou. ENSINOU-me a lidar não só com as outras pessoas, mas comigo mesma (que é o mais difícil). Isidora Fernandes me fez Diva, me fez guerreira, me fez temerosa (como não ter medo se sempre fiquei roca ao ter que interpretar a “cantora”!), e principalmente, me fez melhor atriz do que era... Que venham outras personagens! (já estou gritando no ouvido do monstrologo)
E que venham outras produções: filmes, curtas, séries de TV... Pois todo fim, de produção, tem que ser o começo de uma pré-produção! E assim vamos em frente, Fábulas Negras!
Mayra Alarcón na pele de Isidora Fernandes

Mayra

Oi (dinovo!)!
Então o “fim” é assim?!
Depois de seis meses de pré-produção, 32 dias/noites/tardes/madrugadas de gravação, distribuídos em sete meses, 30 de junho/2012 até 31 de janeiro/2013, Mar Negro – terceiro filme da trilogia eco-terror de Rodrigo Aragão, chegou ao fim (a etapa de gravação). E por que está doendo tanto?
Porque Mar Negro tomou o espaço, todo. Ocupou lacunas, preencheu sulcos, curou fissuras. E por muito tempo e de extraordinária intensidade: o filme consumiu as nossas vidas, interferiu nas relações, visitou os casamentos, intensificou as amizades, e principalmente, imprimiu solidez ao trabalho.
Zumbi vagando na praia


Raphael Araujo flagrou a bancadaria
E agora que vamos nos aventurar na próxima etapa, pós-produção (edição de imagem, edição de som, tratamento de imagem, lançamento) somos invadidos de saudade, nostalgia, espaço vazio. Acabou. Fim das gravações. Encontraremos o filme apenas nas telonas (outra experiência), quando então, seremos abduzidos pela estranha mancha negra.    
Ah Mar Negro!
Filme amado!
Tu és nosso eternamente! Mesmo depois do fim...
E “nosso” somos todos nós: brasileiros empenhados pelo terror nacional. Venceremos! Com a mesma determinação que vencemos por tantas vezes no set. As imagens estão captadas, garantidas e guardadas entre os mais preciosos tesouros. E lá no estúdio serão lapidadas para brilhar e refletir na tela toda a luz que o gênero merece.

Tudo isso para Você: Mar Negro!

Fábulas Negras transborda de felicidade! Outra vez a sorte nos sorriu e conseguimos fazer um filme novo. Com monstros marinhos; crateras de gosma; enxurradas de sangue; porções de corpos humanos; porções de corpos não-humanos; luz e cor no psicodélico Bordel Sangrento; zumbis; magia negra nos fundos do Bar do Seu Otto.
Belas mulheres, profundidade nos personagens. E morte. Por infecção, mordida, tiro, facão, paulada, arremesso de objetos, chute, cutelo, porrada, óleo quente na cara... Toxo! Testemunhamos Mar Negro ganhar vida, expandir mais e mais, exigindo todo o fôlego da equipe. Em compensação, hoje exibimos o sorriso da satisfação. Vitória. Temos orgulho do nosso trabalho.
Que a sensação de ausência, pelo o fim das gravações, sirva para alimentar o fogo do desejo. Desejo pelo novo, próximo, maior, outro filme. Adeus set de Mar Negro... Seja bem vindo filme Mar Negro. Sucesso no circuito de exibição.
zumbizando o  Monstrólogo 

Você – Filme, é o mais importante. Tudo fica menor diante da Sua grandiosa projeção. Tudo passa e Você permanece. Firme. Agradecemos humildemente a generosa oportunidade. A experiência de fazer um longa metragem é única. Quem já esteve num set de gravação consegue reconhecer o sentimento.
E disse o Diretor: Fim! E Leandro Sherman clicou!

Caro Leitor, estamos tão emocionados com o término das gravações, que esta postagem é uma homenagem especial para Mar Negro (Ele está provocando em nós o terror). Na próxima semana conversaremos sobre o processo de realização em si e a apaixonada equipe que se banhou no Mar e se contaminou com o Negro da nossa produção.
Tin tin... Um brinde amigos! Fizemos outro filme de terror, vamos comemorar!

Para encerrar vamos fazer o último sorteio do mês de aniversário do Blog... E o vencedor é: Betooooo!!! Parabéns amigo! E faça o melhor uso do filme que acabou de ganhar! Por favor, entrar em contato pelo e-mail, aragaofx@gmail.com. Agradecemos muito o carinho de todos e até semana que vem!

Kika