segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Albino Encontra O Livro


Oi gente!

Ops... Erramos na semana passada: o filme exibido nos festivais, Panamá e México, é ele – A Noite do Chupacabras.

Hoje estamos ensaiando a entrada de um personagem tecido, fio a fio, pelas tramas obscuras do misticismo. Interpretado por Walderrama dos Santos, Albino é o novo elemento de Mar Negro. Que deflagra, em nome do amor (sempre ele, o amor...), a personificação do Mal.

Albino encontrou o livro...


E neste caso, um outro mal. Maior. Mais nefasto que a estranha mancha negra. É aquele, secular, adormecido no coração da humanidade, ladeado ao Bem... Só esperando uma brecha para tornar escuro o mundo inteiro.

Todo serviço tem o seu preço


Albino (sim ele sofre de albinismo) é o “corpo estranho” na vila de pescadores. Não se encaixa em nenhum lugar. Sempre pedindo desculpas, ombros caídos, cabeça baixa. No semblante, uma tristeza abrindo sulcos, murchando a vida.

Discriminado e perseguido só conhece o amor através dos olhos de Indiara – e aceita com resignação todo o resto que lhe atiram na cara: solidão, apatia, sofrimento. Como se a felicidade fosse o luxo de algumas castas.

No caminho, ele encontra O Livro (muito obrigada Eduardo Cardenas, estamos emocionados com o seu Livro) se embriaga na fonte, com páginas de manuscritos, desenhos, odor, rituais, símbolos e a promessa de trazer de volta Indiara (sempre ela...). Para todo serviço há o um preço! E Albino, o cobrador um dia vai lhe bater à porta!

E vai tornar escuro o mundo inteiro
Enquanto isso...

No escritório e na oficina, Monstrólogo e trupe, finalizam os últimos preparativos: Efeitos Especiais (arraia zumbi e a Mancha Negra), Maquiagem (reparem que, de albino, nosso ator só tem mesmo é a intenção), Rodrigo está calculando, mais ou menos, uma hora e meia de maquiagem só com Walderrama: rosto e colo, aplicação de peruca, mãos e pés, e mais, umas duas horas para caracterizar a figuração e suas mandingas.




Depois de amanhã (22/08) nos encontraremos numa casa de praia maravilhosa (Barari) com A Equipe (um privilégio) para a concentração: leitura em grupo do roteiro, cronograma das gravações e diálogo com os núcleos sobre as dificuldades do Terceiro Bloco. E toda vez que voltamos ao set, mais aprendemos (com erros e acertos) sobre o oficio de realizar outro filme de terror.

Muito obrigada pelo carinho e até semana quem vem!

Kika  

         




  

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Terror Pede Passagem


Oi Gente!

Esta semana o vento soprou em Perocão, a charmosa vila de pescadores no litoral capixaba, (ver OGlobo) e baforou no cangote: melhores presságios para o Terror Brasileiro! A nau que embarcamos está mudando o curso – para novos rumos, outros caminhos. 

Por consequencia se aprimora com o passar dos anos o paladar, aguçando o gosto do espectador por sangue e morte. Vida longa para aqueles que servem ao Cinema Brasileiro (Independente, Baixo Orçamento, Filme de Terror, e Paixão), imprimindo unicidade ao nosso clã.




Alegrai-vos cada célula que contribui com o gênero, pois o futuro nos é promissor. Os Multiplicadores se multiplicam em: filmes, mostras, festivais, encontros temáticos, entrevistas, matérias. 

Burburinho que vai cavando notícia e fazendo saber: a multidão aumenta. Ruidosa. Enfurecida na luta por abrir mais espaço. Saiam do caminho que o Terror Nacional pede passagem! E para nós, Fábulas Negras Produções Artísticas, o momento é o melhor!



  
Mangue Negro (2008) sendo exibido no Panamá (hei Raquel, por favor, se lembrar traga-me um chapéu!); A Noite do Chupacabras (2011) segue o próprio itinerário, e anuncia outro longa: Mar Negro; FabuLoja, sob administração da minha colega de Produção, a chilena Mayra Alarcón, está muito empenhada contaminando os cantos, os extremos e o centro, lá nos confins, em qualquer lugar onde o desejo pelo gore chamar.



Por isso, congratulamos com amigos, parceiros e colaboradores. As iniciativas favorecem toda a classe: Espantomania, RioFan, Guaru Fantástico, Cinema de Bordas, Cuta Cabo Frio, realizadores, produtores, e principalmente, Loucos Sonhadores! 

Tenhamos esperança, porque o sonho está se tornando realidade, então: de novo sonhar, muitos desejos, outros saberes! E nas alturas... Já que quanto mais alto, mais Ar e o Ar é o combustível para a Imaginação!




Um dia, muito distante, o Monstrólogo imaginou – Luiz e Raquel. Desde então, experimentamos um pouco mais! E agora, nos aprontamos para uma grande entrada em Mar Negro, no dia 23 de agosto voltaremos ao set. 

Numa seqüência de externas, diurnas e noturnas, cenas bem temperadas com pitadas de misticismo e punhados de paixão, erotismo e traição. Muito sangue há de jorrar!

Albino vem chegando
Ele traz o Livro
E leva Indiara no coração... Amor maldito!



Muito obrigada a todos pelo carinho e até a próxima semana!

Kika   

     

    

    


terça-feira, 7 de agosto de 2012

O gore nos visitou


Oi Gente!

Por favor, desculpem a ausência prolongada!

Finalmente conseguimos voltar (vivos, porém, definitivamente transformados) do set de filmagem Mar Negro. Com muitas histórias para contar, miscelânea de emoções à administrar e as imagens atestando que, outra vez, a sorte nos beijou a face: o Segundo Bloco de filmagem, nosso terceiro longa metragem, quando encerramos a trilogia eco-terror de Rodrigo Aragão foi um sucesso. Extraordinariamente lindo! O gore nos visitou novamente e maculou as paredes com sangue, os lençóis de vísceras, os olhos expressaram o medo, no chão poças de gosma negra e o grito explodiu na garganta.

Markus Konká mais uma vez arrasando


Ali no aconchego do set sentimos a paz. Dádiva ofertada a todo aquele que ama o próprio trabalho, todo aquele que tem confiança nas escolhas, a certeza de que não há outro lugar para estar senão banhados nas águas turbulentas do Terror Tupiniquim. E por mais este feito, orgulho de dever cumprido, se estampou no rosto o sorriso, sonorizou na gargalhada e venceu a dificuldade. Muda proclamação se fez ouvir nas entranhas dos homens, mulheres e crianças que lá estiveram conosco: Fábulas Negras está feliz! E agradecemos muito a colaboração apaixonada da Melhor Equipe de Produção que Há! Afinal, só foi possível a partir do desejo de cada um pela realização de mais um filme de zumbi.

Muito obrigada!

Markus Konká e o pequeno Diego Fernandes saúdam o gore


Principalmente às crianças – Carol e Diego. Que nos surpreenderem pela maturidade num ambiente tão intimidador com câmeras, microfones, ações, diálogos, lágrimas, dor, ataque, platéia, atmosfera, movimentação e morte. Maravilhoso! Tudo isso na presença Grande do Diretor pedindo, “ação... Corta... Luz aqui... Cuidado com o boom... Olha o foco... Você pode fazer melhor Diego... Parabéns Diego... Menos Carol... Você conseguiu minha filha (filho de peixe...)... Tá lindo!” Nós assistimos estupefatos ao reconhecermos o talento. Vocês nasceram para isso crianças: emocionar! Estamos convencidos de que aquele núcleo é de fato uma família.

Carol Aragão, Diego Fernandes, Kika Oliveira e Markus Konká representando a família do pescador Peroá


A contribuição do ator, MarkusKonká, com a tranqüilidade de quem sabe o que está fazendo direcionou o elenco para os braços da verdade. Enxergados o pai, nos apaixonamos pela mãe e torcemos pelas crianças quando em, Mar Negro:

Indiara, mulher insinuante, espera o marido voltar do mar, o pescador Peroá, enquanto os filhos, Clara e Paulinho brincam no quarto. Peroá carrega nos ombros o peso da morte personificado na rede de pesca que foi contaminada pelo mostro Baiacu-Sereia (Primeiro Bloco). 

Este pai traz no sangue, percorrendo as veias, sujando a alma, infeccionando o lar, a mancha negra que transforma a vida marinha e a comunidade em mortos-vivos. De dentro para fora, a gosma purulenta vai jorrando, escorre faminta, encontra a inocência de Paulinho, e ali pousa, sem descanso até que a criança seja levada para o outro mundo.

Diego Fernandes e a tranquilidade de um artista nato

Carol Aragão fez do Monstrólogo o pai mais orgulhoso do mundo


Continua...

Do set, Walderrama e eu seguimos direto para a quarta edição do Cinema de Bordas – Itaú Cultural, curadoria de Bernadette Lyra, Gelson Santana e Laura Cánepa

Em São Paulo nossa acolhida foi especial, as relações se emaranham no afeto, respeito, admiração, e agora, saudade. Trouxe na mala e na memória preciosos presentes, entrevista no Programa Jogo de Ideias com as Musas do Cinema de Bordas (Bernadette Lyra, Dona Oldina, Mariana Zani, Gisele Ferran e Kika Oliveira); Cinema de Bordas; Gisele Ferran, Espantomania, Joel Caetano, Mariana Zani (valeu galera!). Também conquistei novos amigos, outros lugares, algumas chances, o desejo de voltar e de novo senti aquela certeza: nós vamos conseguir!

Amo-te São Paulo!
Muito obrigada a todos, a Você, especialmente!

Kika

Com licença que Indiara vai passar...