Oi Gente
Uau... É muita
emoção! Mal conseguimos digerir o fim das gravações de Mar Negro e recebemos a
notícia – que desejávamos há bastante tempo: Mangue Negro (2008) chegou ao
Japão! Olha que lindeza de pôster!
Cartaz oficial de Mangue Negro no Japão |
Claro que
ninguém ignora o percurso de downloads que Mangue fez mundo à fora (o filme já
foi legendado até em mandarim!), mas a entrada, legalizada, do terror nacional no
país do Sol Nascente... É muita emoção!
E entrada
triunfal: pois que, o primeiro filme de Rodrigo Aragão – coincidência (?), também
seja, o primeiro filme de zumbis brasileiro aportando, oficialmente, do outro
lado do planeta. Que honra para nós!
No mês passado publicamos o cartaz oficial de A Noite do Chupacabras no Japão |
Bem... Caro
Leitor, nunca menti (sobre este assunto!), minha relação com o dito cujo é pública:
Declaro (outra
vez), por motivos óbvios e, no entanto, justos, que Mangue Negro é o meu
primeiro amor! Confesso ainda – tal sentimento pode às vezes embriagar-me os
sentidos, turvando-me o senso de modéstia! Por favor, compreendam a situação!!!
Porém, aos incrédulos,
basta uma rápida pesquisa (web, livros, teses, reportagens, depoimentos) para se
confirmar que: Mangue Negro é um marco. Com traços tipicamente brasileiros
(regionalista) e o estilo do Diretor (inconfundivelmente é um filme de Rodrigo
Aragão).
zumbis emergindo do manguezal... |
Rodrigo Aragão desbravando o mangue |
Mesmo a baixa resolução, por conta dos recursos
financeiros e tecnológicos, é tolerado em reconhecimento à obra de arte.
Legítimo filme de zumbi. Mangue Negro se projeta cada vez mais puro.
Especialmente nos dias de hoje, quando encontramos mortos-vivos para todos os
gostos: futurista, atlético, resultado de manipulação genética, inteligente,
ágil e demais influências da Moda. E Ele passou ileso, tornando-se um clássico.
Carrega no
currículo pra além de trinta participações em mostras e festivais (nacionais e
internacionais) de médio e grande porte; objeto de estudo nas faculdades; aqui
no Espírito Santo, foi indicado para o Eném em 2010; entrou em cartaz, como
“filme cult” na TV paga de maior
credibilidade do cinema nacional, Canal Brasil. Sem contar os prêmios, menções
e homenagens que recebemos.
Aqui no Brasil... |
Na Alemanhã |
E os frutos
jamais se esgotaram nos cinco anos desde o lançamento. Quando a gente se
envolve com outros trabalhos e se distrai Dele um pouco, alguma coisa
misteriosa acontece e Mangue ressurge mais forte. Mais visceral. Mais MangueNegro do que nunca. Quando escutei Luiz dizer, “Raquel, tem uma coisa que
preciso te falar...”, só que, em alemão: estremeci.
Algumas vezes,
abrimos o e-mail e topamos com jovens iniciantes de vários cantos do Brasil, que
se sentem motivados não somente pelo filme em si, mas também, pelo contexto em
que se realizou. Ou ainda – cineclubes, escolas, eventos, comunidades, botecos,
novos amigos, que clamam por Mangue, “Sr. Diretor, deixa a gente passar o seu
filme aqui?!”.
Aqui, lá ou em
qualquer lugar!
Pode ser na
praça, na sala de cinema, no Japão, ou na sua casa, as pessoas sempre se
emocionam com zumbis emergindo do manguezal. O filme transita entre o público sem
nenhum tipo de preconceito (intelectuais, adolescentes, fãs de zumbi, ricos, leigos, estudantes, realizadores, pobres, estrangeiros, indígenas – no
CineTerror/2012 recebemos a visita de um jovem índio Guarani que se
rendeu aos encantos). Basta ser um espectador.
O Mangue é maior que a baixa resolução! |
Na literatura
sobre o tema (zumbi), entrou para o grupo dos melhores. E é justamente com o
passar dos anos que Ele vai ganhando poder. Recebemos uma proposta, bem
indecorosa, de uma distribuidora dos EUA que queria ter os direitos sobre o filme
até no satélite da Terra por 20 anos (assustador. Guardamos a cópia do
contrato). Aonde nos levará Mangue Negro daqui há 20 longos anos?!
Enquanto isso...
Rodrigo
sacrificou o carnaval, enfurnado no escritório editando Mar Negro. Mas tudo
bem... Porque as escolhas que fazemos hoje, trazem os resultados a médio e longo
prazo. Pois se trata do trabalho de uma vida inteira.
Arte de Ricardo Araújo |
Muito obrigada
pelo carinho de todos e até semana que vem!
Kika