Oi gente!
Segunda-feira no
blog acompanhada de Vocês! O melhor jeito de iniciar a semana de trabalho com aquele
gostinho de começar pela sobremesa.
E hoje o
cardápio é especial: Mar Negro! Já faz um tempinho que não conversamos sobre a
produção do nosso terceiro longa metragem, que, sorrateiramente tomou gosto pela
tal ‘liberdade artística’ e se transformou no Terrível Monstro Que Extrapolou O
Orçamento. Eis que, rapidamente a mão que segura a caneta (no caso, Rodrigo) fez
o trabalho sofrido: diminuiu a escala e convenceu o filme voltar para dentro do
bolso, Baixo Orçamento, com a seguinte promessa: um dia meu filho...
Concept do talentoso Eduardo Cardenas |
Tudo bem, sabemos
que o terror não se sustenta apenas de imaginação e sangue (gosma, vísceras e
afins), ao menos quando abordamos o gênero no maquinismo do cinema. Daí vamos comprar
novos aparelhos de fotografia e som para melhorar o filme tecnicamente. Além de
conquistarmos autonomia de equipamento, alcançamos um nível técnico mais
profissional que facilitará o percurso de exibição e comercialização que ainda
não conseguimos com Mangue Negro e A Noite do Chupacabras.
Rodrigo Aragão e Ulisses Debian analisando o rendimento da estufa |
Ao considerarmos
o contexto e processo de realização, discussões do Cinema de Bordas, imprimimos
outros valores à produção de baixo orçamento. Hoje Mar Negro tem o custo de
duzentos mil reais, para os padrões de Perocão é bastante dinheiro (apenas um
milhão a menos daquilo que a Ancine chama de “baixo orçamento”) Toxo! Dá pra
fazer uma poça de sangue tão grande, que dependendo do ângulo, poderíamos
convencer qualquer gringo que é o mar de uma fantástica aldeia de pescadores.
Porém, o Mar em
questão é Negro. Igual mancha de petróleo que há anos assistimos contaminar e
alterar a vida marinha, e por conseqüência, as comunidades que sobrevivem da
pesca − mote do filme. A ideia de ambientar o terceiro longa no mar é antiga,
mas o tema (vazamento de petróleo) é assustadoramente atual, e pior, cada vez
mais recorrente, em proporções que faz a gente sentir medo, não da fantasia e
sim da realidade, do nosso futuro pessimista.
E para abordar
assunto de interesse universal, escolhemos um método nada ortodoxo (do ponto de
vista comercial) ao compartilhar alguns preciosos segredos de produção. Vamos mostrar
as etapas de criação desde o desenho até o monstro finalizado. No álbum,
“Pré-Produção”, temos os maravilhosos concepts do Eduardo Cardenas (ele já foi
apresentado aqui no blog, ver postagens anteriores) em “Efeitos Especiais”,
compreendemos como as criaturas deixam o papel e ganham o plano físico na
oficina.
Rodrigo Aragão preparando o rosto do Baiacu-Sereia para tirar molde, primeiro a parte de trás, depois a frente |
Tudo isso porque
somos fãs de terror e gostamos de saber todos os detalhes do inicio ao fim de
cada sessão, logo, dividimos o passo a passo com Vocês! Mesmo que seja de forma
contraria ao pensamento corrente. Não se preocupem, ser diferente é uma
qualidade! Semana que vem falaremos sobre roteiro e alguns personagens. Então,
vamos participar juntos dessa nova aventura?!
Muito obrigada
pelo carinho de todos!